Ideias de atividades para as fases de alfabetização

Ideias de atividades para as fases de alfabetização

Por: Marcia Belmiro | Pedagogia | 04 de outubro de 2017

A fase da alfabetização é um momento crucial na vida das crianças. O aprendizado a ser desenvolvido nesse momento é fundamental para o resto da vida, e por isso é essencial que a sala de aula não perca o atrativo para os pequenos. Dessa forma, manter o caráter lúdico de todo o processo de aprendizagem traz inúmeros benefícios.

De acordo com psicopedagogos, durante do período de alfabetização o ser humano passa por fases que podem ser didaticamente divididas em cinco, conforme determinadas habilidades são adquiridas. São elas: pré-silábica, silábica, silábica alfabética e alfabética. A partir de cada momento específico, portanto, existem atividades mais adequadas para que as crianças sejam capazes de exercitar sua alfabetização — começando por quebra-cabeças e jogos da memória, passando por cruzadinhas, ditados e chegando até o momento em que a criança pode escrever frases e completar histórias.

A partir de estudos mais aprofundados acerca do universo infantil, é possível destacar uma série de atitudes que os adultos podem adotar e que são capazes de auxiliar profundamente o desenvolvimento infantil nesse processo de alfabetização, conforme o método Kids Coaching demonstra detalhadamente.

O primeiro deles, e mais fundamental, é o princípio de não-julgamento. Nesse caso, não-julgar significa não atribuir características a priori que são esperadas de cada criança. Tipos de julgamento podem desencadear algumas classificações como “atrasada” ou “adiantada”, que não acrescentam nada de positivo durante a alfabetização. A comparação entre crianças da mesma turma, ou entre irmãos, também é extremamente contraproducente pois cada indivíduo possui uma maneira singular de lidar com as problemáticas que o atravessam, além de possuir também seu próprio tempo para interiorizar e esquematizar o conhecimento que lhe está sendo transmitido.

Pais, professores e cuidadores precisam colocar-se na posição de facilitadores e não de avaliadores, para que as crianças se sintam à vontade de traçar o próprio caminho na direção das demandas que surgem. Quando as crianças se sentem acolhidas e valorizadas e se encontram em um ambiente capaz de oferecer as ferramentas ideais para que ela própria possa construir suas experiências, elas espontaneamente prosperam e crescem guiadas pela curiosidade intrínseca e natural dos seres humanos.

Um grande exemplo disso é apresentado no documentário “Ser e Vir a Ser”, de 2015, que explora a opção de não escolarização dos filhos e a confiança de deixá-los descobrir livremente o que realmente lhes motiva.

A cineasta viaja entre os EUA, Alemanha (onde é ilegal não ir à escola), França e Reino Unido para conhecer famílias que estão vivenciando ou tenham vivenciado esta experiência. Este filme é uma busca pela verdade sobre o desejo inato de aprender.

(sinopse do documentário)

Um caso bastante enigmático é trazido à tona neste filme: um menino, cujos pais fizeram a escolha de não o levar à escola, estava sendo um tanto resistente a todas as tentativas de alfabetização por parte dos pais. Ele se sentia entediado e não realizava os exercícios que os pais lhe propunham, o que os deixavam receosos com a escolha que fizeram pela não escolarização. No entanto, aconteceu uma coisa muito curiosa! Em um dado momento, o menino começou a se interessar muito sobre determinado assunto e, espontaneamente, pegou um livro e começou a ler sozinho como se há muito já tivesse sido alfabetizado.

De fato, esse caso não representa a totalidade das crianças, nem se propõe a isso. Tão somente demonstra que a aposta na capacidade infantil de se guiar a partir de sua curiosidade inata e desejo de aprender é uma aposta na qual os jovens sempre saem vencedores. É importante confiar e ser capaz de apoiar sinceramente as crianças durante todas as etapas de seu desenvolvimento.

Imagem: kislev / iStock / Getty Images Plus

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